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Sobrevivente de AVC e o risco de COVID-19

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O que significa ser “grupo de risco”?

 

Ser grupo de risco ou ter um risco pessoal aumentado, significa que, quando comparado com outros grupos (em regra, pessoas sem histórico de problemas de saúde), a possibilidade / probabilidade de vir a adoecer de um dado problema é maior.

 

Por exemplo, um hipertenso (pessoa com a tensão arterial elevada) deve saber ainda que quanto mais grave for a sua hipertensão arterial, maior é o risco de vir a ter um AVC ou outras complicações (coração, rim, olhos, etc).

Os AVCs são todos iguais, na sua origem?

 

Os AVCs podem ter diversas causas bem conhecidas e, na maioria dos casos, são preveníveis. Essas causas são fatores de risco, como a hipertensão arterial, diabetes, arritmias cardíacas sobretudo a fibrilação auricular. Alguns fatores de risco são modificáveis, outros dependem das condições como crescemos no ventre da nossa mãe, nascemos, crescemos e vivemos, e, ainda, das oportunidades que tivemos (os chamados determinantes sociais). Todos estes fatores condicionam a nossa maneira de viver, individualmente e como sociedade. São exemplos: o local onde moramos e a segurança (que pode condicionar a nossa atividade física), viver em ambientes poluídos, ter excesso de peso, consumir sal em excesso, fumar ou respirar fumo do tabaco.


Se estes comportamentos e fatores se juntam, o risco multiplica-se, como é o caso da diabetes e do tabaco. Por outro lado, os diversos fatores de risco têm implicações diferentes conforme as doenças, como veremos a seguir.

O AVC e o COVID-19

 

A Direção Geral da Saúde disponibiliza informação na sua página da internet (link), que transcrevemos simplificadamente:

  1. Todos estamos em risco. O vírus não escolhe nacionalidade, idade ou género. A maior parte (80%) das pessoas infetadas vai ter uma doença ligeira.

  2. As pessoas que correm maior risco de doença grave por COVID-19, os tais grupos de risco, são:

  • as pessoas idosas;

  • as pessoas com doenças crónicas (doença cardíaca, pulmonar, neoplasias ou hipertensão arterial, diabetes e outras);

  • as pessoas com “defesas fracas” (compromisso do sistema imunitário porque fazem tratamentos de quimioterapia, para doenças autoimunes - artrite reumatoide, lúpus, esclerose múltipla ou algumas doenças inflamatórias do intestino - infeção VIH/sida ou são transplantados).

Covid 19 - Ministério da Saúde

E porquê?
Ser idoso, por si, não significa ser doente! Só que, ao longo da vida vamos acumulando os riscos que já mencionamos. Sobretudo na adolescência deixamos de correr e de nos mexermos, passamos a fumar, a alimentarmo-nos com volumosas refeições muitas vezes pouco saudáveis, consumimos álcool (por vezes, em excesso…). Além de que, com o nosso exemplo “ajudamos” os nossos filhos, familiares e amigos a serem como nós...

Ter doença crónica é o que uma grande parte dos sobreviventes de AVC pode ter. Mas, o maior risco é ter um novo AVC, sobretudo se os fatores de risco que já referimos não estiverem controlados. Por exemplo, no caso dos fumadores, para além de ser mais difícil controlar a tensão arterial e a glicemia (açúcar do sangue), é sabido que fumar diminui a imunidade (as nossas defesas) e aumenta o risco de contrair infeções pulmonares por bactérias (por exemplo a tuberculose e outras), ou vírus (por exemplo a gripe sazonal) pelo que é lógico que o mesmo se aplique a este novo vírus - COVID-19.


Portanto, mesmo sem termos, ainda, todo o conhecimento científico que gostaríamos de ter, pelas razões referidas para as pessoas com idade mais avançada, as pessoas com doenças crónicas, sejam vasculares (cérebro ou cardiovasculares), respiratórias ou diabetes, apresentam maior risco de poderem desenvolver complicações graves no caso de serem infetadas pelo novo coronavírus.

Por último uma nota de prevenção aplicável a todos, e da qual todos beneficiamos.


Embora possam existir algumas dúvidas, sabemos como o COVID-19 se dissemina e como podemos reduzir o risco de tal acontecer. Se estiver num lar ou numa unidade de saúde, a sua família tem o direito e o dever de participar ativamente no controlo da disseminação da doença, cumprindo ativamente as regras determinadas pela DGS nas visitas e no dia-a-dia. Se está em sua casa, aplica-se o mesmo. A nossa casa não é só um local de abrigo. É também o espaço em que convivemos, para o qual transportamos o que foi o nosso dia no trabalho ou nas atividades indispensáveis.

Mais informação pode ser obtida no site da Direção Geral de Saúde.

 

Artigo da autoria do Professor José Manuel Calheiros, Especialista em Saúde Pública.

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